quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

PARÁBOLAS BUDISTAS

"O caminho do meio"

Durante seis anos, Siddhartha e os seus seguidores viveram em silêncio e nunca sairam da floresta.Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo,ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos.Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno...
"Se apertares esta corda demais, ela arrebenta;e se a deixares solta demais, ela não toca."
De repente, Siddhartha percebeu de que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado.Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca.Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz.E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada.Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos, como se Siddhartha tivesse desistido da grande procura pela iluminação.(Siddhartha os chamou)- Venham...- e comam comigo.Os ascetas responderam:
- Traíste os teus votos, Siddhartha. Desistiu da procura. Não podemos continuar a te seguir. Não podemos continuar a aprender contigo.
e foram se retirando, Siddharta disse:
- Aprender é mudar.- O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio.- É a linha entre todos os extremos opostos.
O Caminho do Meio foi a grande verdade que Siddhartha descobriu, o caminho que ensinaria ao mundo.
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"A mulher bela e rica e sua irmã feia e pobre"(Sutra Mahaparinirvana)

Certa vez, uma mulher bela e bem trajada visitou uma casa. O dono da casa lhe perguntou quem era e ela respondeu que era a deusa da fortuna. Mais que depressa o dono da casa acolheu respeitosamente essa mulher bela e rica e a tratou muito bem.
Logo depois, uma mulher feia e pobremente vestida bateu à mesma porta. O dono da casa perguntou-lhe quem era e a mulher lhe respondeu que ela era a deusa da pobreza. O dono da casa, assustado, tentou por a mulher feia e pobre para fora de casa, mas ela recusou-se a sair, dizendo: "A deusa da riqueza é minha irmã. Há um acordo tácito entre nós, segundo o qual nunca devemos viver separadamente; se você me enxotar, ela irá comigo."Era a pura verdade. Assim que a horrenda mulher saiu, a outra, bela e rica, desapareceu.O nascimento acompanha a morte. A fortuna acompanha o infortúnio. As más coisas seguem as boas coisas. Os seres humanos deveriam compreender isso. Os tolos temem o infortúnio e lutam para conseguir a felicidade, mas aqueles que buscam a iluminação devem transcender a ambos e estar livres de todos os apegos mundanos.
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O filho perdido

"Um jovem viúvo, que gostava muito do seu filho de cinco anos, estava fora, a trabalho, quando bandidos puseram fogo na cidade e levaram seu filho. Quando o homem volta para casa, vê tudo destruído e entra em pânico. Pega o corpo queimado de uma criança que toma por seu filho e chora copiosamente. Organiza a cerimônia de cremação e põe as cinzas num bonito e pequeno saco, que passa a carregar sempre consigo.
Um pouco mais tarde, seu filho verdadeiro escapa dos bandidos e acha o caminho de casa. Chegando na nova casa de seu pai, tarde da noite, bate à porta. O pai, ainda desgostoso, pergunta: "Quem é?"A criança responde, "sou eu, pai, abra a porta!"
Mas em seu agitado estado de alma, convencido de que seu filho já esta morto, o pai pensa que algum menino o está ridicularizando. Ele então grita: "Vá embora" e continua a chorar.
Depois de algum tempo, a criança vai embora. Pai e filho nunca mais se encontram de novo."

Sobre esta história, Buda disse: "Às vezes, achamos que alguma coisa é verdadeira. Se nos apegamos fortemente a esta "verdade", mesmo que a verdade bata à nossa porta, não a abriremos."

Fonte: http://www.asmaisbelashistoriasbudistas.com/

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