A cerimônia do chá japonesa (chanoyu 茶の湯, lit. "água quente [para] chá"; também chamada chadō ou sadō, 茶道, "o caminho do chá") é uma atividade tradicional com influências do Taoísmo e Zen Budismo, na qual chá verde em pó (matcha, 抹茶) é preparado cerimonialmente e servido aos convidados.
O matcha é feito da planta chamada chá, camellia sinensis.
Os encontros de chanoyu são chamados
chakai (茶会, "encontro para chá") ou chaji (茶事, "assuntos do chá"). Normalmente o termo chakai refere-se a um evento relativamente simples no qual se oferecem doces típicos, usucha (chá suave), e talvez tenshin (um aperitivo); já chaji refere-se a um evento mais formal, incluindo também uma refeição tradicional (kaiseki) e koicha (chá forte). Um chaji completo pode durar até quatro horas.
O praticante de cerimônia do chá precisa ter conhecimento de uma ampla gama de artes tradicionais que são parte integral do chanoyu, incluindo o cultivo e variedades de chá, vestimentas japonesas (kimono), caligrafia, arranjo de flores, cerâmica, etiqueta e incensos — além dos procedimentos formais de seu estilo de chanoyu, que podem passar de uma centena. Assim, o estudo de cerimônia do chá praticamente nunca termina [1]. Mesmo para participar como convidado em uma cerimônia formal é preciso conhecer os gestos e frases pré-definidos, a maneira apropriada de portar-se na sala de chá, e como servir-se de chá e doce.
História
Beber chá é um costume introduzido no Japão, no século IX, na forma de chá de infusão (団茶, dancha) por um Monge Budista Eichu (永忠), quando retornava da China ao Japão, aonde conheceu a Erva, de acordo com a lenda, após 200 anos. O chá tornou-se a bebida mais consumida no Japão, e cultivada em seu próprio território.
O costume de beber chá, iniciou-se de forma medicinal, e por razão de luxo, uma vez que era importada da China. no século IX, O Autor Chinês Lu Yu escreveu o Ch'a Ching , um manual sobre o cultivo e preparação do chá. A vida de Lu Yu foi influenciada pelo budismo. A idéia dele foi crucial para a criação e aprimoramento da cerimônia.
No século XII, um novo tipo de chá surge, o matcha, foi trazido por Eisai, outro monje japonês retornando da China. Considerado um chá verde mais forte, retirado da mesma planta de chá preto , foi inicialmente utilizado em rituais em Templos Budistas. Já no século XIII, samurais já consumiam a bebida matcha, como uma adaptação do Budismo, com isso o futuro do chá, estava traçado.
Por volta do século XVI, beber o chá se popularizou, chegando a atingir todas as camadas sociais do Japão. Sen no Rikyu, um dos maiores destaques na história da cerimônia do chá, seguido pelo seu mestre, Takeno Jōō, de acordo com a filosofiaichi-go ichi-e, cada cerimônia do chá é única, e nunca poderá ser reproduzida. Seus ensinamentos foram responsáveis pelo desenvolvimento de novos estilos arquitetonicos japoneses, como Jardins, Arte e todo o desenvolvimente e criação da cerimônia do chá. E os ensinamentos resistem até hoje.
Os Utensílios da cerimônia são chamados de dōgu (道具, literalmente "Ferramentas"). A quantidade de dōgu necessários a uma cerimônia varia em função da escola e do estilo da demonstração. A sua variedade, nomes específicos e combinações de utilização tornam impraticável pela sua extensão a inclusão neste espaço de uma lista pormenorizada. Existem no Japão dicionários específicos que chegam a ter centenas de páginas. Apresenta-se de seguida uma lista simplificada com os itens essenciais:
Fukusa (lenço de seda)
Chawan (taça)
Natsume ou Cha-ire (boião para o chá em pó)
Chasen (batedor para preparar o chá)
Chashaku (espátula para servir o chá em pó)
Chakin (pano para limpar a taça)
Hishaku (concha de bambú)
Kensui (recipiente para a água suja)
Tana (pequena estante para colocar os utensílios)
Kama (panela de ferro)
Furo (braseiro)
Referências
↑ Learn Japanese Tea Ceremony at Genki Japanese and Culture School
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerim%C3%B3nia_do_ch%C3%A1
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Ritual do chá
O chá, a bebida mais consumida no Japão - principalmente o chá verde, folhas da Camellia sinensis - foi introduzido no século 9 e desde então seu ritual de preparo, uma verdadeira cerimônia, requer anos de estudo. Movimentos graciosos, quimonos, conhecimento de artes, caligrafia, ikebana, cerâmica, incensos e, obviamente, dos tipos, cultivos e modos de preparo do chá. Além de uma gama variada de ferramentas para sua preparação: colheres, potes, tecidos, recipientes diversos. Os movimentos devem ser os mais graciosos, perfeitos e educados possíveis, visto que o ritual do chá tem influências do taoísmo e do zen-budismo. Não é sem motivo: o objetivo é purificar a alma humana, confundindo-a com a natureza, e vivificar a idéia de que a verdadeira beleza está na simplicidade e na modéstia.
Para preparar um típico chá inglês, costume introduzido pela Duquesa de Bedford por volta de 1830 – alguém que simplesmente sentia fome entre o almoço e o jantar, e precisava mostrar suas porcelanas e pratarias - é necessário ferver água fresca, sempre lembrando de aquecer o bule também. Meça a quantidade de pó cuidadosamente utilizando-se de uma colher de chá ou um medidor especial, encontrado em casas especializadas (em Londres). Despeje a água sobre o chá assim que ferver. Deixe repousar por 4 a 5 minutos. Coloque o leite (leite?) na sua xícara britanicamente antes do chá, que pode ser o Earl Gray ou o English Beakfast, os mais consumidos entre uma gama variadíssima deles.
E se preferir tomar um verdadeiro chimarrão, um legado da cultura guarani bem característico do sul do Brasil, utilize-se da Ilex paraguaiensis moída grossa, de uma cuia e de uma bomba. Coloque dois terços de erva mate na cuia, ajeite-a na mão em posição inclinada, protegendo com a mão aberta ou com algum objeto plano para que a erva não caia; continue apoiando o topete e despeje água morna ou fria até a metade, para inchar a erva. Tape o bico da bomba – que deve ser, preferencialmente, de prata – e introduza-a no fundo da cuia. Alguns minutos depois, sirva a água quente numa garrafa térmica sem que a tenha deixado ferver, pois isso deixaria seu chimarrão amargo.
Porém, se estiver só, com frio e muito sono, mas o corpo precisar de uma alma sobressalente e a alma de um calor extra, ainda que artificial, pegue o copo de requeijão do dia-a-dia, bote água, mergulhe um saquinho de chá-de-estrada e enfie tudo no microondas. Um minuto, um minuto e meio. Para casos graves, adoce (muito) - mas não conte para ninguém. Beba em goles grandes, meta-se sob as cobertas e imagine-se viajando ao Japão, à Inglaterra, ao Rio Grande do Sul.
Se adoçou, não se esqueça de escovar os dentes antes de dormir.
Vany Grizante
Publicado no Recanto das Letras em 06/08/2008
Código do texto: T1114966
http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/1114966
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