Aspersão - termo derivado do latim aspersione; s.f., acto ou efeito de aspergir, borrifar ou respingar. Na prática, é muito similar à efusão, pois a intenção é derramar água sobre o batizando. No Batismo por aspersão a água é derramada sobre a cabeça do batizando.
Esta forma é adotada por algumas igrejas cristãs, em especial a Igreja Católica e os primeiros movimentos protestantes surgidas com a Reforma, tais como o Luteranismo, o Anglicanismo, o Presbiterianismo, o Congregacionalismo e a Igreja Metodista do Brasil.
Aspersão x Imersão
Atendendo ao princípio da imparcialidade, destacamos que este é um tema controverso e está sendo apresentado de forma resumida. Os que divergem do batismo por aspersão ou efusão, normalmente usam da prática do batismo por imersão, a qual está destacada no tópico correspondente.
Na Lei
Segundo os que defendem esta forma de batismo, a mesma teria sido ensinada e praticada no Pentateuco na purificação e consagração dos Levitas (Números 8:5-7). Na remissão tanto a água como o sangue deveriam ser derramados (Deuteronômio 12; 15:23). Na purificação da lepra, água corrente deveria ser aspergida sete vezes sobre aquele que se devesse ser purificado (Levítico 14), sendo que este deveria lavar as suas vestes e se banhar.
Além disso,há uma questão importantíssima:o fato de que o batismo era uma prática milenar muito antes de Jesus e,que só no grego,Novo Testamento,é que este termo aparece.Entendemos que Jesus usa o termo baptzo,para que a prática da purificação deixasse de ser um ritual repetitivo para constituir-se num ato de iniciação na vida cristã,significando,portanto a imersão do fiel ao corpo místico de Cristo.O significado da imersão,então,foi dar sentido às purificações cerimoniais dos judeus.Por isso o termo só aparece no Novo Testamento,para atribuir essencialmente um significado pleno.O que antes era uma repetição legalista,transformou-se num ato único.Baptzo,realmente significa imergir,mas não literalmente na água e,sim espiritualmente no corpo de Cristo.
Nos Profetas
Novamente, os que defendem esta forma de batismo vêem na profecia em Isaías 44:1-6 profetizado o batismo cristão, estando contidos os elementos: nascimento de Deus, o batismo com água, o batismo com o Espírito Santo e a vida de Deus. Igualmente em Ezequiel 36:25-27 temos o batismo por aspersão, o novo nascimento e a habitação do Espírito Santo. Isto seria motivo suficiente para que Jesus perguntasse a Nicodemus, um estudioso do Antigo Testamento: Tu és mestre em Israel e não compreendes estas coisas?
Em Joel 2:28-29 temos claramente o batismo por derramamento do Espírito Santo.
Em Daniel 4:33 temos na Septuaginta o termo bapto na afirmação de que o corpo de Nabucodonosor teve o seu corpo molhado pelo orvalho do céu. Ele não foi mergulhado no orvalho, o orvalho o cobriu, o lavou como faz a chuva.
No seu paralelo com a unção
Em Êxodo 29:21 tanto os futuros sacerdotes como suas vestes eram aspergidas com o óleo. O Batismo com o Espírito Santo também é chamado de unção, funcionando como sinônimas. No Catolicismo o batismo adulto é chamado de crisma (unção em grego). Aliás, Jesus é chamado de o Messias (Cristo em grego), que significa o Ungido.
Em João Batista
Se João Batista foi confundido com o Messias ou com algum dos Profetas do Antigo Testamento, era porque ele estava fazendo algo que o ligaria a estes sob a visão dos levitas e sacerdotes da época. A pergunta foi: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
Apesar de João Batista ter afirmado que não era o profeta Elias, no Evangelho Segundo Lucas 1:17 temos a afirmação do anjo de que João Batista agiria "no espírito e poder de Elias", se referindo à profecia em Malaquias 4:5, destacando aqui a necessidade de arrependimento e a conversão do povo diante da chegada do SENHOR e no Evangelho Segundo Mateus 11:14, o próprio Jesus confirma que era ele o Elias da profecia.
Havia ainda a expectativa de surgiria um profeta semelhante a Moisés, conforme promessa em Deuteronômio 18:15.
A questão é que, se João Batista estivesse fazendo algo novo naquele contexto, os levitas e sacerdotes teriam justificativa para contestar o que estava sendo praticado. Pelo contrário, João Batista, era da linhagem sacerdotal (filho do sacerdote Zacarias) e a sua prática no rito de purificação não se chocava com a Lei e nem com os Profetas.
Quando os discípulos de Jesus discutiram com os discípulos de João Batista sobre a "purificação", eles estavam se referindo ao batismo (João 3:25-26). Aliás, estes versos fazem a associação direta do verbo batizar (βαπτιζω) com as purificações (καθαρισμος) do Antigo Testamento presentes na Lei, nos Salmos e nos Profetas, tanto como ato de consagração como de purificação em si.
Vale destacar que tanto a chegada como a preparação da vinda do Messias estão intimamente associadas à necessidade de purificação do povo. Não foi por menos que perguntaram a João Batista: És tu o Cristo?
Em Jesus
É importante destacar que Jesus cumpriu toda a Lei. Pela Lei (Números 4), todo aquele que fosse prestar o serviço sagrado deveria se apresentar a partir dos trinta anos e ser purificado através da aspersão de água da expiação sobre eles. Por isso Jesus deveria ser batizado, não para remissão de seus pecados, mas para cumprir a Lei, o que se confirma no Evangelho Segundo Lucas 3:21-23.
Jesus ao ser questionado sobre sua autoridade sacerdotal (purificar pecados, doentes e o próprio Templo) se reportou à autoridade e validade do batismo de João: O batismo de João era do céu ou dos homens? (Marcos 11:30; Mateus 21:25-26). Logo, o batismo de Jesus foi a sua ordenação, representando a purificação pela qual deveria passar o sacerdote, bem como os da casa de Levi: Toma os levitas do meio dos filhos de Israel e purifica-os; assim lhes farás, para os purificar: asperge sobre eles a água da expiação (Números 8:6-7).
Tal qual foi aspergido ou derramado o sangue de Jesus Cristo, tal qual era aspergido ou derramado o sangue de animais, assim também entendem os que defendem o batismo por aspersão, deve ser feito com a água sobre o batizando.
Ainda cumprindo a Lei (Êxodo 30:30), Jesus recebeu a unção do Espírito Santo que desceu sobre ele, cumprindo também a profecia de Isaías 61, conforme descrito no Evangelho Segundo Lucas 4:18: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos. O batismo com o Espírito Santo foi a unção de Jesus e sinal para João Batista: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
Conforme afirmou João Batista (Marcos 1:8), Jesus batizaria com o Espírito Santo e isto se deu pelo derramamento do Espírito. Ele mesmo Jesus recebeu o Espírito Santo que desceu como pomba sobre ele assim que fora batizado (Mateus 3:16). Da mesma forma Jesus batizaria os seus discípulos com o Espírito Santo, e sobre a cabeça deles pousaram línguas de fogo (Atos 2:3).
Somos purificados pelo sangue de Jesus Cristo (I João 1:7) e este foi aspergido, assim como o próprio Espírito Santo: eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas (I Pedro 1:2). A associação água e sangue em Jesus Cristo no Novo Testamento nos é apresentada em João 19:34 e I João 5:6. Esta associação água e sangue também existia na Lei de Moisés.
Logo, os termos gregos bapto e baptizo não podem, de forma alguma, ter o seu significado restrito à imersão.
Textos Paralelos
No quarto livro do Strotrateis de Clemente de Alexandria, renomado escritor do Século II dC, temos a confirmação do costume judaico de batizar por aspersão, tanto os corpos como os leitos em que reclinavam. Clemente argumenta que este era o costume judaico o serem batizados inúmeras vezes nos leitos, o que de forma alguma podiam ser imersões.
Conclusão
O Novo Testamento, aio para nos conduzir a Cristo (Gálatas 3:24), nos aponta para o batismo por aspersão, motivo pelo qual os que defendem a aspersão como a melhor forma de batismo entendem que assim o fora com Jesus, João Batista e os Apóstolos.
Contudo não é a quantidade de água ou a formalidade do ato, mas o que o batismo representa para o batizando e para a comunidade em que se insere.
O autor do livro aos Hebreus, afirma aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo sido aspergidos os corações de má consciência e lavado o corpo com água pura, fato que deveria ocorrer no batismo. Aqui encontramos tanto o aspergir como o lavar, assim, a essência não está no modo de aplicação do batismo, mas na fé e na manutenção de um coração purificado diante de Deus.
Conclusão
O Novo Testamento, aio para nos conduzir a Cristo (Gálatas 3:24), nos aponta para o batismo por aspersão, motivo pelo qual os que defendem a aspersão como a melhor forma de batismo entendem que assim o fora com Jesus, João Batista e os Apóstolos.
Contudo não é a quantidade de água ou a formalidade do ato, mas o que o batismo representa para o batizando e para a comunidade em que se insere.
O autor do livro aos Hebreus, afirma aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo sido aspergidos os corações de má consciência e lavado o corpo com água pura, fato que deveria ocorrer no batismo. Aqui encontramos tanto o aspergir como o lavar, assim, a essência não está no modo de aplicação do batismo, mas na fé e na manutenção de um coração purificado diante de Deus.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aspers%C3%A3o
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